O ovo já foi o grande vilão da saúde na década de 80 e 90. Era considerado um dos maiores causadores de doenças cardíacas. Os cientistas diziam que dar ovos para as crianças era quase um crime, pois estaríamos condenando-as a terem hipertensão para o resto de suas vidas.
Ele era considerado um grande causador de doenças cardíacas. Mas, hoje, ele faz parte do cardápio de atletas e pessoas que praticam actividades físicas regularmente. Estudos actuais revelam que, na realidade, esse alimento tão apreciado em todas as culinárias não é tão prejudicial como pensavam. O ovo, hoje, passou a ser visto como uma óptima fonte de proteína, vitaminas do complexo B, antioxidantes e minerais.
Uma das demonstrações mais recentes é assinada pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Em artigo publicado em Janeiro de 2010, resultado de uma pesquisa envolvendo 9.734 pessoas de 25 a 74 anos acompanhadas durante duas décadas, os pesquisadores demonstraram não haver relação entre o consumo regular de ovos e o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como enfarto e derrame. Não houve diferença entre aqueles que comiam um ovo ou mais por dia em comparação com quem não comia nenhum, disse o cardiologista Adnan Qureshi, líder da investigação. Em apenas um grupo específico, o dos diabéticos, encontramos dados que mostram que o consumo maior de ovos pode estar ligado ao aumento da ameaça de doenças cardíacas, mas isso nem sequer está totalmente claro.
Brasileiros também chegaram a essa conclusão, foram analisados hábitos alimentares de 1.600 estudantes, em escolas de rede pública da cidade de Campinas-SP. Com amostras de sangue dos participantes, foi demonstrado que os indivíduos que consumiam mais ovos não eram os que apresentavam as maiores taxas de colesterol. A conclusão é que o excesso de colesterol não está relacionado com a ingestão de ovos, e sim, com a obesidade e o baixo consumo de fibras.
A média de consumo de ovo por pessoa durante o ano, hoje, no Brasil, é de 141 unidades, segundo os dados da União Brasileira de Avicultura (UBA). O país fica bem abaixo do México, que tem o maior consumo do alimento, com uma média de 360 unidades por habitante durante um ano.
As propriedades nutricionais do ovo fazem com que ele seja um alimento completo. A ideia de que ele é um alimento rico em colesterol foi banida. A gema seria a única parte do alimento rica nessa propriedade, mas, segundo estudos recentes, a gema do ovo não é a responsável pelo aumento de colesterol no sangue, pois o tipo de colesterol presente no ovo é metabolizado de forma benigna pelo corpo humano.
A clara é onde se concentra a maior carga nutritiva do ovo. É nela que está presente a maioria das proteínas do alimento. "A proteína é um regenerador natural. Uma pessoa que fez algum tipo de cirurgia ou sofre de desnutrição pode fazer o uso desse alimento como um auxiliador no processo de cura", afirma a nutricionista Geise Belo.
O ovo é um alimento que fornece aminoácidos essenciais que nosso corpo não é capaz de produzir, tem baixo valor calórico e é uma das poucas fontes externas de vitamina D e K, além de conter outras vitaminas e minerais que ajudam no equilíbrio do organismo.
Comer ovos emagrece. O médico Nikhil Durandhar, da Universidade Estadual da Louisiana, comparou dois grupos de mulheres em dieta para emagrecer. Um dos grupos comeu dois ovos mexidos no desjejum. O outro, alimentos à base de carboidratos, como pães, torradas e bolos. E, ao final de dois meses, aquelas mulheres que optaram pelos ovos emagreceram 65% mais do que as outras.
PROF. KIBER SITHERC