As vítimas deste mal simplesmente perdem o controlo sobre a respiração e correm um tremendo risco de "esquecer" de respirar durante o sono.
A denominação popular desta doença rara vem de uma antiga fábula alemã, na qual uma ninfa de nome Ondina lança uma terrível maldição sobre o homem pelo qual se apaixona: por quebrar a promessa de fidelidade, ele nunca mais controlaria a sua própria respiração assim que adormecesse. Na vida real, a síndrome é provocada por uma mutação no gene PHOX2B, localizado no cromossomo 4 e descoberto há apenas 7 anos, em 2003. O gene mutante causa má-formação do bulbo cerebral, o que compromete o desempenho desse órgão como controlador da respiração involuntária. Em casos mais graves, o portador da anomalia se esquece de respirar não apenas durante o sono mas também enquanto está acordado. Resultado: pode ser condenado a usar aparelho respirador 24 horas por dia.
"Os estímulos nervosos que deveriam deflagrar os movimentos respiratórios acabam não sendo enviados pelo cérebro aos músculos torácicos" explica o Prof. Rubens Reimão.
Frequência: Entre 200-300 casos conhecidos em todo mundo. Por ser causa de morte súbita pensa-se que os casos conhecidos são só a ponta do iceberg e que na realidade 1 bebés em cada 200.000 nasçam com esta anomalia.
Descrição: Nas formas mais leves da maldição de Ondina, o sujeito poderá viver normalmente, mas estará sempre sonolento durante o dia, se cansará facilmente, constante dor de cabeça com aumento do nível de glóbulos vermelhos.
Nas formas mais graves costuma aparecer desde o nascimento, e a maioria de bebés morrem sem que muitas vezes se chegue a saber a causa. No entanto, naquelas pessoas em que a doença piora progressivamente e podem causar a morte de quem dorme, costuma se tratar com ventilação assistida durante a noite.
PROF. KIBER SITHERC