Método Kiber

Novembro 24 2010

 

            A Hidrofobia é um transtorno psicológico, caracterizado pelo medo excessivo ou irracional da água. Este tipo de fobia específica leva os indivíduos hidrofóbicos a evitarem qualquer passeio em via navegável (mar, rio, lago) como também evitam banharem-se em piscinas, represas, cachoeiras, lagos, rios e mares, com medo de se afogarem. Mesmo quando a água não representa uma ameaça (como visualizar uma piscina), sensações de pânico, terror, ansiedade, taquicardia, sudorese, náuseas, hiperventilação (respiração rápida e profunda), tremores, ocorrem nos indivíduos hidrofóbicos, que podem inclusive desmaiar. Algumas vítimas de hidrofobia podem ainda evitar entrar em uma simples banheira de hidromassagem ou até mesmo evitar os duches (chuveiros), em casos mais extremos.

 

            As causas da hidrofobia podem estar relacionadas com algum evento traumático que o indivíduo sofreu na sua vida, como presenciar alguém se afogando, e conseqüentemente, por isso, desenvolveu um medo da água. Esse medo pode ainda ser piorado quando a pessoa assiste a filmes, lê livros ou notícias de casos de afogamento. Além disto, pode ser ocasionada devido a factores genéticos, onde o indivíduo possui uma predisposição maior para desenvolver este tipo de transtorno.

 

            Este medo impede os hidrofóbicos de fazerem algumas actividades de lazer com a família, como fazer viagens pelo litoral para aproveitarem as praias, ir a clubes, fazer piquenique nas proximidades de um lago, enfim, eles não se sentem felizes em presenciar qualquer situação em que a água esteja envolvida, por mais que lhe digam que não há perigo algum. Por isso, é muito importante o tratamento da fobia.

 

            De acordo com o Dr. Geraldo Possendoro, o cérebro humano é reprogramável, aberto a experiências externas, o que torna possível a superação da fobia. No entanto, essa reprogramação deve ser feita com o consentimento da pessoa, de forma segura e tranquila, para que não seja uma – ou mais uma – experiência traumática. Um dos métodos mais utilizados no tratamento de medos e fobias é o processo de dessensibilização sistemática, criado na década de 1950 pelo psiquiatra sul-africano Joseph Wolpe.

 

            Basicamente, o processo prevê a exposição da pessoa ao objecto desencadeante da fobia de forma lenta e gradual. “Em primeiro momento, o indivíduo evita, mas, depois, a prática torna-se acessível e ele passa a controlar a situação”, sustenta Possendoro, que em três meses conseguiu vencer o seu medo por meio desse método.

 

            Em muitos casos, diz o psicoterapeuta, a fobia, quando branda, pode ser curada espontaneamente por meio da dessensibilização. Entretanto, ele ressalta que, em casos mais graves, o tratamento adequado deve ser feito por um psicólogo, ou até mesmo por um psiquiatra, e complementado pelo trabalho desenvolvido na piscina por um instrutor de natação especializado. “Em hipótese alguma se deve tentar dessensibilizar uma pessoa atirando-a para a água à força”, alerta, explicando tratar-se de um método totalmente primitivo e perigoso, pois só fortalecerá a fobia, além de colocar a vida da pessoa em risco. “Essa atitude só demonstra a falta de compreensão das pessoas do que é a fobia”, complementa.

 

            A adaptação da pessoa fóbica na água deve acontecer sem nenhuma imposição, e da forma mais natural possível, pois só assim há condições do medo ou fobia ser superado. “No começo, a pessoa só tomará um banho de piscina. Às vezes fica só com os pés na água, sem nenhuma imposição”, conta o professor Lula Feijó, explicando que esse trabalho é feito normalmente em piscina rasa e água aquecida para tornar o meio líquido o mais confortável e acolhedor possível. “A água aquecida relaxa e deixa a pessoa mais calma”, argumenta.

 

            Para ele, a maior dificuldade na superação do medo em relação à água está na submersão da cabeça, que é o centro nervoso do corpo. O primeiro passo, após ambientação inicial, é aprender a controlar a respiração e a lidar com pressão para não permitir a entrada da água nos orifícios da cabeça. O segundo  passo é aprender a boiar. “Controle da respiração e flutuação são a essência da natação. Depois vem a propulsão – deslocamento. Aí a pessoa já parte para a aula de natação propriamente dita”, afirma.

 

            Mas para vencer o medo, a pessoa precisa tornar-se auto-suficiente e aprender a sobreviver na água, quando não houver possibilidade de ficar em pé ou segurar-se em algum lugar. Essa auto-suficiência, segundo Feijó, pode ser conquistada dominando três aspectos. O primeiro é a flutuação, de frente e de costas. “A flutuação de costas é a única forma de descanso na água, pois a pessoa consegue boiar e manter o nariz e a boca fora da água”, ressalta.

 

            O nado de sustentação na vertical é o segundo e consiste no palmeado lateral com as mãos, aliado ao movimento de pernas estendidas, mantendo a cabeça fora da água.

 

            E o terceiro aspecto é o popular nado à cachorro, que possibilita um deslocamento seguro, sem a necessidade de afundar a cabeça na água. No entanto, Feijó explica que o método não tem por objectivo fazer com que o medo desapareça por completo. “Apenas é baixado o nível de prudência, pois o medo é um balizador das acções da pessoa”, justifica.

 

PROF. KIBER SITHERC 

 

 

 

 

kiber-sitherc@sapo.pt
publicado por professorkibersitherc às 22:43
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Eu, tenho trauma de água, muito sério e vendo essa reportagem, gostaria saber como faço . Pois já fui ao psicóloga e não adiantou. Perdoe emprego em razão de não conseguir nadar.
Cátia a 3 de Janeiro de 2018 às 18:31

Assim como a ciência avançou muito , os métodos de ensino na natação tb ; de modo q hoje existem professores altamente capacitados em prover todo o suporte técnico e mesmo psicólogo para o desenvolvimento da natação em pessoas com traumas / medo .
Anónimo a 11 de Agosto de 2018 às 19:32

Bom dia, me afoguei aos 8 anos de idade, apos esse acidente tenho muito medo de água, entro na piscina e praia com outras pessoas perto, mas quando tomo banho tem que ser com o rosto pra fora do chuveiro, fico com falta de ar, uma sensação de afogamento, não consigo tomar água no gute, tenho que tomar de gole em gole, caso contrario tenho a sensação de afogamento e falta de ar. Na verdade mal tomo água não gosto. Sei que não vou me afogar tomando água ou no chuveiro, mas a sensação é insuportável.
Não sei como tratar, meu sonho é aprender a nadar.
silvania a 18 de Setembro de 2018 às 15:31

Só temos uma vida, por isso, teremos que vivê-la intensamente de uma maneira agradável e positiva. Faça tudo o que estiver ao seu alcance, antes que seja demasiado tarde! Pensamento Positivo! kiber-sitherc@sapo.pt
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