Era uma vez um lenhador viúvo, que acordava todos os dias antes de o nascer do sol e trabalhava o dia todo cortando lenha, só parava quando as luzes do dia davam lugar ao crepúsculo e regressava a casa já noite dentro.
Este lenhador tinha um filho gracioso, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, que ele tratava como animal de estimação e era de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa a tomar conta do seu filho. Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa, era um animal selvagem e portanto não era de confiança. Quando ela um dia sentisse fome, ela iria comer a criança. O lenhador sossegava os vizinhos, dizia que era um grande disparate. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.
Mas os vizinhos insistiam:
- Lenhador abre os olhos! A raposa vai acabar por comer o teu filho!
O lenhador não ligava, mas perante a insistência dos vizinhos, começou a germinar na sua mente os seus receios e as dúvidas da fidelidade da amiga raposa.
Um dia, o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários, ao chegar em casa, viu a raposa sorrindo como de sempre e sua boca totalmente ensanguentada!
O lenhador incrédulo e sem pensar duas vezes, usou o machado na cabeça da raposa!
Desesperado, entrou no quarto e encontrou o seu filho no berço dormindo tranquilamente, ao lado do berço uma cobra jazia morta!
O lenhador chorou lágrimas de arrependimento junto da sua amiga que ela acabara de tirar a vida tão injustamente. Desconsolado, enterrou o machado e a raposa juntos. Nesse lugar nasceu uma linda árvore que jamais seria cortada enquanto ele fosse vivo.
«Se tu confias em alguém, ignora o que os outros pensem a respeito... Segue sempre o teu caminho ouvindo o que o teu coração te diz, evita que te influenciem com os juízos precipitados deles... poderás te arrepender para o resto da tua vida».
PROF. KIBER SITHERC