O ser humano, depara-se perante três escolhas: lutar, adaptar-se ou desistir. Adaptar-se é o meio-termo e é o caminho que nos leva à mente tranquila.
Muitos ao lutarem em vez de heróis tornaram-se uns mártires, e foram esquecidos. Não é a melhor via para se escolher.
Camilo ao cegar, não se adaptou e recorreu ao suicídio, escolheu a desistência. John Milton, ao cegar escreveu as suas melhores obras. Beethoven, quando perdeu a audição, escreveu a sua imortal nona sinfonia.
Uma cliente me consultou, já foi há muitos anos, encontrava-se confusa devido a dois amores, gostava dos dois homens e tinha dificuldade na escolha. Ambos tinham os predicados que ele admirava, por isso a escolha era difícil. Então eu sugeri por brincadeira: escolha o que tem mais dinheiro. Respondeu ela ingenuamente: “Acha que eu devo tirar partido da situação”? Então surgiu a luz e eu respondi: “Porque não?”
Foi uma das maiores lições que eu aprendi na minha vida. Se a vida tira partido de nós porque não devemos tirar partido da situação?! Nos períodos mais difíceis da minha vida, sempre me ocorreu essa expressão.
Ao contrário dessa senhora, um paciente que me consultou, fazia de regra de fé e prática do seguinte refrão: “Quando a esmola é muita o pobre desconfia”. Ao longo da vida, deu-se conta de muitas oportunidades que lhe tinham escapado, a sua desconfiança baseava-se nesse provérbio que ouvia muitas vezes o seu pai meditar. A sua lista de oportunidades perdidas eram infindáveis, desde relacionamentos que lhe poderiam ser bem sucedidos, às propostas de sociedades de negócios, passando até por recusar a taluda mais que uma vez. A sorte batia-lhe à porta mas ele recusava-se, com medo de abri-la.
Porque não devemos de aproveitar o que de bom grado nos aparece. Paulo de Tarso escreveu: “Não seja blasfemado o vosso bem”.
Tire o máximo proveito dos dons que a natureza lhe deu. Se a macieira dá maçãs, e a pereira dá pêras, aproveite as dádivas pelas quais a natureza lhe concedeu. Tire partido da situação dos dons que tem. Se sabe cantar, cante; se sabe tocar, toque; se sabe falar, fale; se sabe curar, cure. Os nossos dons não se devem ocultar, como disse o Mestre: “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão em casa. Assim resplandeça a vossa luz”.
Tire partido das suas dificuldades, não julgue que só uma vida agradável, confortável e segura seja unicamente o caminho para o sucesso. A experiência da vida é a nossa grande mestra. As árvores vigorosas não são criadas em calmaria, os fortes vendavais da vida nos podem proporcionar um carácter vigoroso e de sucesso. Lembre-se que a tartaruga só progride quando estica o pescoço.
Tire partido das suas perdas e aprenda com os seus erros. Orgulhe-se da sua experiência. Faça disso seu estandarte de vitória.
Tire partido do tempo, se estiver de sol aproveite para ir à praia ou ao campo, mas se estiver de chuva, e não lhe apetece sair, poderá aproveitar o dia, para ler um bom livro ou ver um filme.
Tire partido dos seus recursos, não importa se são poucos todos poderão ser muitos. Tirar partido da situação é aproveitar o momento presente ao aplicar o que temos à nossa disposição, fazendo disso algo útil. Lembre-se, quando as circunstâncias da vida nos proporcionar apenas um limão, apesar de muito amargo, podemos fazer uma óptima limonada.
PROF. KIBER SITHERC