Eric Berne, o fundador da Análise Transaccional, apresenta os três estados da personalidade: O Pai, o Adulto e a Criança. O Pai representa o sentido crítico, protege e aconselha. O Adulto é frio, calculista, responsável e controla-se. A Criança é a parte emocional, representa a criatividade, a imaginação e o instinto. Todos temos um pouco dessas três qualidades, mas uma é mais acentuada que outras.
Vejamos um exemplo, uma criança pega numa esferográfica e como não sabe escrever e nem sabe desenhar apenas rabisca, ela poderá se entusiasmar e riscar as paredes, móveis e tudo o que encontrar ao seu alcance. Ela tem o cérebro mas não faz uso dele, porque ainda não amadureceu e está emocionada.
Outro exemplo, que foi real. Uma senhora farta de ver a varanda suja de lixo, ficou furiosa, subiu ao andar da vizinha, deu murros na porta e chamou-lhe nomes. Esta abriu a porta e foi bofeteada, para desanuviar toda a sua ira partiu-lhe os vasos das flores. A vizinha pôs-lhe uma acção em tribunal. Esta ficou preocupada e se lamentou: “Eu perdi a cabeça”!
Não podemos raciocinar por meio de nossas emoções. O cérebro é para pensar e usar apenas um pensamento frio e completamente racional. A tensão mental faz com que a cabeça fique quente, e quando a mente está aquecida, não pode funcionar de modo adequado. Para o nosso cérebro ser plenamente eficiente precisa de estar friamente racional. Precisamos de pensar com o cérebro no estado Adulto e não com as nossas emoções no estado Criança.
A mente só é eficaz quando fria e aliviada, totalmente livre de emoções e paixões. O cérebro, energicamente excitado, não pode gerar conceitos racionais ou juízos de valores ordenados pela nossa ética ou pensamento. Num ardente estado de espírito, as emoções controlam-nos a razão, o que poderá nos sair muito caro.
Quando estiver furioso, desesperado e emocionado, não está em condições de ponderar o seu problema, procure o relaxamento e entre na mente tranquila. Deixe que o seu cérebro arrefeça, na paz mental, entre no estado Adulto e encontrará uma resposta racional. Nunca se fie em suas reacções emocionais, a menos que estejam sob o seu completo controlo.
Se o seu corpo estiver tenso, terá que descontrair os músculos para entrar no relaxamento, o mesmo se passa com o seu cérebro, quando ele está excitado, não raciocina age por estímulos devido às emoções de momento. A impulsividade é isso precisamente, age-se sem reflectir no estado de Criança.
A técnica para desenvolver uma correcção eficiente é remover da mente o panorama dos erros passados. Se mantermos esses panoramas de fracassos, ou nos prendermos a lembranças de erros, estaremos na iminência de repetir o mesmo indesejável padrão.
Nunca repita a expressão muito corrente: “errar é humano”, porque estará sempre se defendendo dos seus erros. Sabia que a mente humana tem facilidade para aprender o hábito de errar? Faça alguma coisa errada um número de vezes e verá como a mente a aceita, como se fosse uma coisa adequada.
Portanto, quando se comete um erro, a primeira coisa a fazer é tirar a melhor experiência possível do caso, aprender não o repetir mais. Em segundo lugar, deve procurar aprender qual é a maneira correcta de agir. Em terceiro lugar, deve-se cristalizar na consciência a maneira certa, até que consigamos e sintamos capazes de agir correctamente.
PROF. KIBER SITHERC